quinta-feira, 1 de abril de 2010

Só faltou a felicidade

O título do e-mail dela me cortou o coração assim que eu li: “Tínhamos tudo, só faltou a felicidade”. Foi assim que Mônica (nome fictício), uma leitora super fofa lá do Ceará, mas que mora em Natal, começou a abrir o coração para nós. Aos fatos: Mônica está separada de Paulo desde o ano passado, após dez anos juntos. Começaram a namorar em 1999 e casaram em 2003. Tiveram dois filhos. Ela, extrovertida e passional. Ele, calmo e sério. Não importa, entendiam-se muito bem.

Tudo começou a mudar quando ele foi chamado para assumir um cargo para o qual foi aprovado em concurso, em Natal. Até então, viviam em Brasília. O salário, de R$ 22 mil, era sim um bom motivo para mudar de cidade. Tanto que Mônica topou pedir transferência do emprego, ir junto e dar força para o marido, que de quebra ainda teria uma sala com vista para o mar.

A questão é que ambos não gostaram da mudança. Ele estava insatisfeito com o trabalho, apesar de tudo. Queria sair fora, partir para outros caminhos. Ela, que não se adaptou à cidade e tinha dificuldades de fazer amigos, achava que ele não devia jogar aquela oportunidade para o alto. Foi aí que começaram as brigas, o desgaste, o desentendimento. Parecia que só um ponto ainda funcionava muito bem: a vida sexual, quente e afinada, sempre. Aliás, foi na cama que, segundo ela, eles fizeram as pazes algumas vezes.

Quando houve uma trégua, eles decidiram ter o segundo filho. Mas as coisas já não eram como antes. E o vazio entre eles chegou a ponto de, numa viagem para Nova York, ela se pegar pensando, durante 40 minutos, em como pediria para encostar a cabeça no ombro dele. Não teve jeito, eles terminaram. Ele alegou “não sentir mais”, “não ter mais projeto nenhum” com ela.

Mônica ainda se sente sem chão, não entende como uma relação que tinha tudo não tem mais nada. Ainda mais a relação deles, com “um casal de filhos lindos e com saúde, juventude, um apartamento de sonho, carros do ano, dinheiro de sobra”. Tudo, “só faltou felicidade”.

Ela também não aceita o fato dele não ter tido vontade de tentar outra vez, já que não tem ninguém ao seu lado até agora, nem “ficantes”. Ela já ficou, mas não viu muita graça. Queria o marido de volta.

Mônica, querida, é duro, eu sei, muito duro, mas, como diriam Leandro e Leonardo naquela música breguinha e bonitinha chamada Não aprendi dizer adeus, amores vêm e vão. Entendo completamente a sua paralisia. Eu também paralisei, quem não paralisa? Acaba, mas a vida continua. E pode ficar melhor!!!! Lendo o seu e-mail, imaginando a sua história, só posso te dizer que você deve ter é orgulho do casamento que teve, das decisões que tomou, das emoções que viveu. O importante é tê-las vivido, agora citando o por vezes breguinha e sempre maravilhoso Roberto Carlos.

Avante, amiga (a gente não se conhece, mas é assim que eu tenho vontade de me referir a você). Tenha fé e aguarde os próximos capítulos. Com a boa energia que tem, logo você vai estar aqui outra vez, neste mesmo blog, para falar que sim, ainda acredita no amor, na vida, nas voltas que o mundo dá.

Arrepia!

Beijo grande (para você e para todas as suas amigas, nossas leitoras também),

Isabela – A Divorciada

11 comentários:

Fernanda disse...

A interrogação das perguntas martela mais que os sentimentos. Estes parecem estar arrumados. Quando as perguntas se calam, talvez tenhamos a chance de perceber que da nossa parte já não há mais sentimento, além daquele cotidiano, costumeiro, e "seguro". Como diz Padre Fábio: perguntas inférteis, que só tem poder destrutivo sobre nós. Que querem nos convencer de que erramos, quando na verdade ninguém erro. Apenas foi assim. pra ambos. que viveram, passaram pela experiência, e seguem esperando da vida, qual o próximo passo.
Boa Sorte!
Fernanda.

1 de abril de 2010 às 00:42
Decor e salteado disse...

Entendo a Mônica per-fei-ta-men-te. Passei por algo muito parecido e sei como a gente fica sem chão (a expressão é quase literal nesses casos). Ver um amor tão lindo, que tinha tudo pra dar certo, ir por água abaixo é doloroso. Mas é preciso lembrar que a felicidade não está em ninguém além de nós mesmos.

Bjs, Mônica, muita força pra vc. Belas palavras, como sempre, Bela!

1 de abril de 2010 às 01:21
Andarilho disse...

Não faltou felicidade, só acabou. Porque pelo relato, enquanto durou, teve felicidade.

Alguém já não disse que seja eterno enquanto dure?

1 de abril de 2010 às 07:50
Márcia de Albuquerque Alves disse...

Bem, apesar de ser uma situação muito difícil, mas penso como a Bela, é preciso seguir, e ter em mente que foi bom enquanto durou, a experiência e os filhos ficam para a vida inteira, mas, é hora de seguir!

Sorte "Mônica"!

bjs Bela, Ótima Páscoa!

1 de abril de 2010 às 08:34
Paloma Varón disse...

Conheço muitos casos assim. Acho que é o desgaste natural da relação, ainda mais com filhos. Não é fácil e, hoje em dia, poucos conseguem manter uma relação legal poir muito tempo, infelizmente. Mas é melhor separar que viver de aparências, cada um com um caso à parte e coisas assim.
Beijos

1 de abril de 2010 às 10:05
Allys Men disse...

fia... se não deu certo, bola pra frente!

já dizia Clarice: viver ultrapassa qualquer entendimento!


;)

o ser humano é assim mesmo, nunca está completo, sempre faltando alguma coisa: seu caso foi fod@!

sorte no caminho!

1 de abril de 2010 às 16:45
Accácia disse...

Separações são difícieis em especial quando se tem filhos.Mas a vida não termina aí!
Desejo a Mônica toda sorte do mundo e que ela encontre logo a felicidade que tanto busca.
e vim também desejar a vocês,meninas,uma feliz Páscoa!
Beijo!

1 de abril de 2010 às 16:46
Marcos disse...

Olá, lendo seu post quiz deixar uma msg para vc e quem mais, e da protagonista da história... a Felicidade está dentro de nós. Quem busca a mesma em bens materiais, no dinheiro, no marido, na esposa, filhos, familia.... passa para esses a responsabilidade muito grande de algo que embora aparente estar longe... está muito perto... está dentro de você! Quem consegue isso... vai tranbordar para os outros e saber usar o dinheiro e o bens materias que Deus lhe deu... ou mesmo sem nada... ser feliz por simplesmente ser feliz!
Valeu!

1 de abril de 2010 às 23:30
Sandra disse...

Bom dia, Meninas!

A Páscoa é a ressurreição das nossas almas. É abandonar tudo o que é velho e antigo e olhar pra frente com coragem; é nos dedicarmos à vida como quem sorve o sumo de um fruto saboroso. Hoje é dia de renascer.

Feliz Páscoa pra vocês!

2 de abril de 2010 às 03:38
Anônimo disse...

Caramba, parece até a minha vida ! Só posso dizer uma coisa para ela: vai passar ! Você demora um pouco, mas percebe que vai ficar mais feliz assim, pode ter certeza.

2 de abril de 2010 às 12:40
SAL disse...

Super entendo a situação de Monica... e me emocionei pacas lendo o depoimento dela!!!

Acredito que a situação dela seja comum... mas pouquissimas mulheres tem a coragem suficiente pra assumir que o sentimento mudou, e tomar uma atitude pra que os dois lados possam viver mais e melhor!!!

Sou fã de mulheres que, como Monica, colocaram tudo na balança de forma sincera. Apesar do custo emocional altissimo que se paga, acredito que pra ser feliz vale tudo!!!

Bjo pra Monica, e as minhas trintonas adoradas

2 de abril de 2010 às 17:51